domingo, 23 de agosto de 2009

Coluna Folha Finanças e Negócios - Folha do Estado - Cuiabá MT

Mercado Mundial

A semana passada começou tensa nos mercados mundiais. Os dados da Ásia - principalmente da China que apresentou queda no investimento estrangeiro e desencadeou forte queda nas commodities no mercado spot - trouxeram preocupações e os mercados abriram em forte queda. Os agentes financeiros mundiais que vêm surfando na forte alta das commodities e das bolsas desde março deste ano, sabem que este movimento foi impulsionado na expectativa de uma reação consistente na economia mundial. Agora todos estão esperando que os dados econômicos correspondam a estas expectativas para se manterem na crista da onda. Neste sentido, também é consenso que na medida em que os dados não apontem para o projetado o mercado tenda a se ajustar a um patamar mais próximo da “realidade”, que ainda não oferece um cenário tão otimista, mas já considera os sinais mais concretos de que uma recuperação é possível. Este patamar de ajuste seria um ponto psicológico pouco abaixo da metade do caminho entre o começo desta onda de alta – 36.000 pontos do Ibovespa em meados de março – e a máxima atingida antes da suposta realização. E a verdade é que, apesar do momento ser favorável para os mercados em função dos sinais de recuperação na economia mundial e das expectativas estarem em alta, ninguém quer devolver os ganhos obtidos até o momento. Com isso os nervos estão cada vez mais aflorados e o mercado está traduzindo este sentimento nas fortes oscilações vistas nesta semana. O momento requer atenção e a utilização de estratégias de defesa de posições até que as lacunas se fechem no decorrer das próximas semanas.

Bolsa de Valores

A abertura negativa dos mercados na semana pareceu confirmar o início de uma onda forte de realização de lucros, mas o apetite dos investidores por risco fez do movimento de queda uma janela de oportunidades. Os investidores foram às compras e a queda de 2,5% da Bovespa na segunda-feira se converteu em uma semana de bons negócios com o Ibovespa fechando aos 57.728 pontos, com alta de 1,93% na semana, acumulando ganhos de 5,41% no mês e 53,74% no ano. O número mágico da vez é 62.000 pontos. Muitos analistas, principalmente os grafistas, vêm apontando para Bovespa nesse patamar ainda no mês de agosto. Certo ou não, uma história repetida mil vezes como verdadeira pode vir a se realizar. A questão é: Chegando lá, o que vem depois?
A alta da semana foi garantida pelas vendas de imóveis residenciais usados nos EUA, que subiram 7,2% em julho com relação ao mês de junho. A venda de imóveis usados bem acima do esperado junto com os dados da produção industrial nos EUA e a melhora da confiança na Europa tirou o foco dos índices de inflação, das licenças de construção de novas casas e de emprego nos EUA que apresentaram viés negativo.
O destaque do mercado continua sendo o setor imobiliário, com o índice IMOB acumulando alta de 10% na semana e 14% no mês. Mesmo com papéis com altas de mais de 300% no ano, ainda encontra-se papéis com variação negativa no acumulado de 12 meses. Mais informações sobre o setor em franciscodeblanco.blogspot.com.
A Petrobrás – PETR3 e PETR4 – apresentou seus resultados do segundo trimestre na primeira quinzena de julho. Os resultados foram considerados de em linha para fraco. Contudo, os anúncios de sucesso na extração nas áreas do pré-sal e de novas descobertas de poços no litoral carioca vêm fazendo a pauta da empresa na mídia e nos relatórios de analistas.

Câmbio

O dólar que iniciou um movimento de recuperação na semana passada voltou a ceder com o aumento do apetite por risco nos mercados mundiais. O movimento segue um padrão de oscilação característico de especulação. Mesmo com o Banco Central atuando na ponta compradora a divisa fechou a semana a R$ 1,831.

Boa Semana e Bons Negócios
Francisco F. de Blanco
TBCS Investimentos
MT@tbcs.com.br

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