segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais light, semana que vem inspira grandes apostas, que flertam com os 60 mil pontos

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
11/09/09 - 20h50
InfoMoney


SÃO PAULO - Por mais que se fale em realização, o mercado teima em escapar do ajuste. O fôlego dos últimos pregões colocou o Ibovespa com saldo positivo de mais 3% nos últimos cinco dias. Seja por renovar a máxima do ano, seja por já ter subido mais de 55% desde janeiro, todo mundo fala em realização.

"Quando muita gente fala em realização, ela não acontece", responde Rafael Ferri, diretor da TBCS. O fato de muita gente esperar não é garantia de ajuste. Afinal, alguns pontos ainda inspiram expectativas de alta para o Ibovespa.

Rossano Oltramari, economista-chefe da XP Investimentos, lembra que "semana que vem tem uma agenda um pouco mais light". Por estas e outras, "estou acreditando que o mercado tem grandes chances de romper essa resistência dos 58.500 pontos". Oltramari vai além: "tem uma grande chance de a gente buscar os 60 mil pontos já na semana que vem".

Incomodados
Por falar em agenda mais amena, o fato é que o mercado doméstico vem acompanhando as passadas de Wall Street. Mas quando o assunto é economia "tem um descolamento do Brasil impressionante", destaca Ferri. Para ele, "o fluxo de capitais para o Brasil está muito grande e também uma entrada maciça de investidores pessoa física ainda não aconteceu", o que pode ser sinal de mais fluxo rumo às ações.

Boa parte do otimismo de Oltramari vai do tal fluxo. Para explicar, o economista da XP faz uma conta fácil. "Acho que esse fluxo que tivemos esse ano é apenas início de uma grande onda".

A conta fácil
Pudera. "Ano passado, o dinheiro grande vendeu ativos de risco no mundo todo e foi para dólar e Treasuries. Passada a crise, os gestores deste capital estão incomodados. Posicionados em uma moeda que tem expectativa de grande desvalorização diante de todas as moedas do mundo e títulos que rendem 1% ao ano".

Agora a conta: "entrou R$ 14 bilhões apenas e fez a bolsa ir de 35 mil pontos em março para 58 mil pontos hoje. Ano passado saíram R$ 25 bilhões. Ou seja, veio um pouco mais da metade e já fez todo esse barulho". Pela atratividade dos BRICs, Oltramari acredita que o fluxo vai continuar voltando.

Há espaço
Todo este otimismo ainda encontra drivers extras. Tem aquele prometido investment grade da Moody's a se confirmar, tem a boa surpresa do PIB desta última sexta-feira. Rafael Ferri acha que "se romper os 58.800, o Ibovespa bate 62.500". Mas lembra que os 58.800 pontos são uma barreira forte, uma barreira psicológica. "Eu não sou grafista, mas acho que esse nível somado à melhora do PIB e ausência de notícias negativas pode manter o mercado em alta".

Rossano completa. "A gente está otimista, achamos que a bolsa pode continuar subindo sim. Obviamente que temos pé no chão, a gente sabe que a bolsa já subiu 50% esse ano e o grande movimento já ocorreu, mas existe espaço para a bolsa continuar subindo".